Ética e a formação dos condutores são debatidos no I Congresso Brasileiro da AND

O comportamento humano é o principal fator que influência as colisões de trânsito. Segundo dados da Associação Brasileira de Prevenção dos Acidentes de Trânsito, o desrespeito à distância entre veículos, ocasiona 25% dos acidentes, sendo 7% com vítimas fatais. Em busca de soluções para a segurança viária, a ética e a formação dos condutores foram temas de palestra nesta quinta-feira (3), no I Congresso Brasileiro da Associação Nacional dos Detrans, em Foz do Iguaçu.

De acordo com o palestrante e especialista em Trânsito, Mobilidade e Segurança, David Duarte Lima, um dos problemas a respeito dos valores éticos está em uma das etapas do processo de aprendizagem dos Centros de Formação dos Condutores (CFCs).

“A formação do condutor tem basicamente duas etapas: teórica e prática. Apesar de aprender nas aulas teóricas sobre respeito, cortesia e gentileza, nas aulas práticas, a preocupação muitas vezes gira em torno apenas das habilidades técnicas ao volante”, explicou Lima.

O especialista ainda acrescenta que embora cada um tenha de fazer o seu papel enquanto cidadão do trânsito, as políticas públicas são necessárias. Um dos exemplos citados foi o controle da velocidade. Estudos revelam que quanto maior a velocidade menor é o campo do visão do motorista. Por isso a fiscalização, por meio da implantação dos radares é fundamental.

“A questão comportamental ainda é uma das principais causas dos acidentes no trânsito. As pessoas precisam entender que a responsabilidade na condução de veículos, podem reduzir pela metade o número de acidentes”, concluiu.

Na visão do proprietário de um Centro de Formação de Condutor, em Toledo no Paraná, Neudir José Schumacher a ética começa antes do processo de formação do condutor.

 “O indivíduo quando nasce passa a integrar a um grupo, que é a família, e começa a receber os primeiros valores éticos. O trânsito é apenas uma consequência desses valores já apreendidos, portanto a relação entre o condutor e o instrutor deve ser um complemento para a prática dos valores éticos”.